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Dia do Metalúrgico: Diferentes gerações falam de suas trajetórias na ETT

Da primeira mulher formada em 1975 à mais jovem estudante matriculada em 2022, a Escola Técnica Tupy é referência na formação de técnicos em Metalurgia 

 

Marta Molinari e Heloise Prado não se conhecem, mas têm muito em comum: as duas fazem parte da história do curso técnico em Metalurgia da Escola Técnica Tupy. Marta foi uma das primeiras mulheres do Brasil a se formar na área, em 1975, e inspirou o filho a seguir o mesmo caminho.

Heloise é a mais jovem – e a única mulher – matriculada na turma de 2022, seguindo o exemplo do pai de coração, o MOP (sigla de Meu Outro Pai), como ela costuma chamar o padrasto, que também foi aluno da ETT.  

No Dia do Metalúrgico, comemorado em 21 de abril, as histórias das duas famílias se cruzam e simbolizam outras tantas vividas nos 63 anos de criação do curso técnico em Metalurgia da escola joinvilense.

Protagonismo feminino 

A caçula da turma, Heloise, tem 15 anos e todos os dias vem de Araquari, cidade onde mora, para frequentar as aulas em Joinville. Ferro fundido, tratamento térmico e outros assuntos de Metalurgia já faziam parte do dia a dia da adolescente. Foi dentro de casa, com o pai de coração Gustavo Scarpim, que ela escolheu a carreira. E ainda que estranhe estar em uma sala de aula só com rapazes, está feliz e cheia de planos para o futuro.

Marta Molinari também enfrentou desafios. A primeira vez que tentou se matricular no curso de Metalurgia, no início dos anos 1970, ouviu que essa era uma profissão para homens. Inconformada, fez o teste de seleção para a turma especial da ETT, exclusiva aos estudantes que já tinham concluído o ensino médio, e passou.

A estudante não foi sozinha. Com ela, outras cinco mulheres foram aprovadas. Depois do curso técnico, a carreira deslanchou. Com passagem por grandes indústrias da região, Marta prosseguiu os estudos, mudou os rumos da carreira e empreendeu. Prestou consultoria e foi orientadora de estudantes de Metalurgia da ETT. “O importante é escolher uma profissão na qual se sinta realizado, continuar se aprimorando e se dedicando. O sucesso é consequência.”

De estagiário à empresário 

Assim como Heloise, Marcelo Molinari também foi inspirado dentro de casa. O filho de Marta se formou no técnico em Metalurgia da ETT em 1989. Já o neto, a terceira geração a estudar no local, optou pelo técnico em Mecânica.

De estagiário a dono do próprio negócio, Marcelo comemora a trajetória. Hoje, é sócio da Fundipeças Indústria Metalúrgica. “O curso técnico foi decisivo para a minha carreira e, nas boas lembranças, trago o ensino de qualidade, o ambiente profissional, a formação sólida e as grandes amizades que fiz.”

Abrindo caminhos 

Gustavo Scarpim concluiu o curso Técnico em Materiais na ETT em 2006 e, imediatamente, começou a faculdade de Engenharia de Fundição na UniSociesc. Segundo ele, foi a formação técnica que abriu as portas para o mundo da Metalurgia. “Quase diariamente eu descobria tecnologias e processos produtivos da área e isso fez com que eu vislumbrasse um futuro promissor no estudo e aplicação dos metais”, conta.

De funcionário de grandes indústrias do país a dono do próprio negócio, Gustavo presta consultoria na área metalmecânica, em diferentes segmentos industriais: fundições de alumínio, aço e ferro, indústria automobilística, mineração, óleo e gás, indústria química, odontológica, médico-hospitalar e aeroespacial.

“Com conhecimento em ferros fundidos, aços e tratamentos térmicos pude contribuir para o crescimento da indústria catarinense e brasileira”, diz o engenheiro metalurgista, a quem os estudos abriram uma gama de possibilidades nas áreas de aplicação, engenharia e comercial.

Para a carreira de Heloise, ele deseja o mesmo sucesso e dá todo o apoio necessário. No primeiro dia de aula da jovem na Escola Técnica Tupy, em fevereiro deste ano, Gustavo estava lá. E estará na formatura também.

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Folha

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