Uma sessão especial realizada na noite de terça-feira (24) na Assembleia Legislativa celebrou a passagem de 110 anos de fundação do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Santa Catarina (IFSC).

Criado em 23 de setembro de 1909 pelo presidente Nilo Peçanha, a Escola de Aprendizes Artífices de Santa Catarina, atual IFSC, abrigava em suas salas adolescentes e jovens pobres. Em 1937 mudou o nome para Liceu Industrial de Florianópolis; em 1942 passou a se chamar Escola Industrial de Florianópolis; em 1968 foi transformado em Escola Técnica Federal de Santa Catarina e em 2008 foi denominado IFSC.

Hoje a instituição tem 22 câmpus no estado, 1.122 professores, 1.069 técnicos administrativos e cerca de 50 mil alunos que frequentam quase 700 cursos.

O IFSC está presente em Caçador, Canoinhas, Araranguá, Tubarão, Criciúma, Gaspar, Itajaí, Lages, São Miguel do Oeste, São Carlos, São Lourenço do Oeste, Xanxerê, Urupema, Jaraguá do Sul, Joinville, Garopaba, São José, Florianópolis e Palhoça.

“A rede nasceu um tanto quanto marginalizada, criada para aqueles que não tiveram muita sorte na vida, os desvalidos da fortuna, e fomos meio que desvalidos por muito tempo. Na época que entrei na Escola Industrial, em 1968, poucos eram de Florianópolis, muitos vinham do interior e os de Florianópolis eram do Abrigo de Menores, mas evoluímos tanto que não conseguimos mais atender o público prioritário”, reconheceu o ex-diretor Juarez Pontes.

Atualmente, além do público-alvo, as unidades do IFSC em Florianópolis acolhem egressos de escolas públicas e privadas tradicionais, como o Instituto Estadual de Educação, Colégio Catarinense e Colégio Coração de Jesus.

Para o professor Pontes, o maior desafio do Instituto Federal para os próximos 100 anos será manter o foco no público preferencial: “as categorias socioeconômicas menos favorecidas”.

A reitora Maria Clara Kaschny Schneider agradeceu o Legislativo pela homenagem, afirmou que o IFSC muda a vida dos alunos e alavanca o desenvolvimento regional.

“A gente vê as vidas transformadas, todos nós temos relatos de transformações emocionantes, de alguém que conseguiu ter a oportunidade de se colocar na sociedade com equidade, respeito e justiça. Os institutos são capazes de dar oportunidade, de trazer desenvolvimento econômico, social e cultural”, garantiu a reitora.

A presidente da Comissão de Educação, Cultura e Desporto, deputada Luciane Carminatti (PT), propositora da homenagem, elogiou o esforço de dirigentes, professores e servidores e comparou a educação à construção de uma casa.

“A educação não é como um prédio que você coloca cimento e ferro e está pronto, é um desafio diário. No IFSC temos pesquisa, extensão, graduação, pós-graduação, educação básica e de jovens e adultos”, informou Carminatti, que destacou a interiorização da rede. “Quando dizem que se contratou muita gente nos últimos anos, dou parabéns, digo que bom, porque o papel do estado é exatamente este, chegar onde nunca chegou. Nosso reconhecimento pelo belíssimo trabalho nesses 110 anos, vida longa ao IFSC e sem cortes no orçamento.”